quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jacques de Beauvoir comenta Atire a Primeira Pedra

Jacques de Beauvoir
Oh! Que delícia de peça

Domingo passado fui ao Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA, Canela) e fiquei duplamente feliz de encontrar minha querida escola completamente repaginada e assistir a uma montagem de graduação, apaixonante. No palco, Atire a primeira pedra, baseada em contos da coluna A vida como ela é..., publicados no Jornal Última Hora, durante o ano de 1961, pelo dramaturgo Nelson Rodrigues. A direção de Luiz Marfuz é sempre muito boa e para esse trabalho rodriguiano, ele pôde realmente mostrar aquele seu jeito "descaradamente" inocente e às vezes mordaz na condução de um trabalho do autor que gostava de passear pela tragicomédia da vida humana em seu cotidiano. O texto muito bem arquiteto em adaptação de Cleise Mendes e Fernando Santana prioriza a ótica feminina no universo de Nelson e retrata uma época marcada pela lei patriarcal e a decadência da classe média - amarrados em dez cenas onde as mulheres explodem desejos reprimidos e fazem valer sua vontade, pagando por isso preços altos (essa frase final foi tirada do release). A montagem atualiza o brega e o kitsch, ingredientes que as pessoas fazem questão de abominar, mas que na verdade, adoram. A "brincadeira" mostrada no palco está isenta de preconceitos, rodeios, sem máscaras. Como o diabo gosta e nós também. O elenco (que sabe o que está fazendo) brinca de tragédia grega (coro), teatro de revista, melodrama, humorístico de TV. Tudo compactuado com a equipe entrosada e que sabe dá o tom para um bom espetáculo: coreografias (de Marilza Oliveira que compartilha com a platéia o sabor da curtição), Iluminação (Fernanda Paquelet), figurino hilário (Miguel Carvalho), cenografia (Rodrigo Frota), maquiagem (Roberto Laplane), preparação de voz (excelente trabalho de Iami Rebouças), preparação corporal (Tânia Soares), direção musical (Luciano Bahia) e preparação de canto (Marcelo Jardim). Espetáculo à parte - os jovens e maravilhosos atores do grupo Os 50'Tões, formado por estudantes que ingressaram na Escola de Teatro da UFBA em 2006 e agora realizam sua montagem de formatura no Bacharelato de Interpretação Teatral. O grupo - que já apresentou em Salvador, Larilará Macunaíma Saravá, direção de Hebe Alves, Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat, dirigido por Daniel Marques e Uma Visita à Casa de Bonecas, direção de Carol Vieira e Iami Rebouças - é um rebanho de talento: canta, dança, interpreta e se entrega de corpo e alma. Exatamente por isso e por amar o teatro, 50´Tões celebra com Atire a primeira pedra os 50 anos da Escola de Teatro. Fica em cartaz somente hoje e amanhã, às 20h. A entrada e franca. Vá correndo pegar sua senha e bom espetáculo!

Texto do jornalista e colunista Jacques de Beauvoir, publicado na coluna de arte do site Bahia Vitrine no dia 12/11/2008. Para conferir, clique aqui.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Marcelo Benigno comenta Atire a Primeira Pedra


ESPETÁCULO DE FORMATURA: Os Cinquentões da Escola de Teatro e Nelson Rodrigues

De cinta liga e salto alto!
Atire a primeira pedra quem não gozou com os Cinquentões!
Espetáculo de Formatura da Escola de Teatro, baseado nos contos de Nelson Rodrigues, surpreende pela qualidade e profissionalismo.


Assisti hoje ao espetáculo de Formatura dos Cinquentões, grupo de alunos do curso Interpretação, da Escola de Teatro da Ufba. O autor escolhido foi o nosso Nelson Rodrigues, em adaptações de alguns de seus contos feitas pelas mãos sábias da dramaturga e professora Cleise Mendes e por Fernando Santana, aluno formando desta turma.Logo na primeira impressão notamos uma produção muito bem cuidada, desde o material de divulgação, às camisas e programas do espetáculo.

É de se admirar a qualidade de todo o conjunto da obra para um resultado de espetáculo produzido como final de curso na Escola. Falo isso porque muitos ainda acham que não se precisa ter um rigor com o resultado de final de curso ou disciplina, como se na vida empenhássemos só 50, 40 ou 20% da nossa força, garra e trabalho. Talvez seja esta uma das poucas qualidades do Módulo ao qual a Escola aderiu.

Ver o resultado daqueles sátiros e bacantes em cena, com tanta qualidade e força, faz qualquer aluno da Escola, ou melhor, ex - aluno, (enfim me formei!) feliz, ou com vontade de entrar em cena e se jogar numa volúpia rodrigueana.

Marfuz acerta mais uma vez, com uma direção que privilegia o que cada ator traz de melhor. Muitos atores se assustam com este diretor-professor pela doçura que trata sua trupe. Estamos mais acostumados com o estereótipo do diretor “cavalo” e mal humorado, que desconta tudo no seu elenco...
Neste desafio de transformar um autor marginalizado em comercial e acessível, o recurso do melodrama caiu como uma luva! As músicas “bregas” e a trilha musical foram um atrativo à parte, salve, salve Luciano Baia, dando ambientação as cenas e identificação ao público, que não se conteve em acompanhar algumas das músicas e aplaudir, várias vezes em cena aberta, a atuação do elenco.

É lindo ver em cena atores cantando e dançando, longe de um realismo patético, com marcações mais televisivas que teatrais, com pausas longas, compenetradas ou exageradas que ainda sobrevoa a Escola de Teatro.

A coreografia de Marilza Oliveira trouxe brilho à encenação, não só quando ela é perceptível como no dançar na cena Veneno, onde Liliana Matos, em ótima performance, flutua com o coro em suavidade, como também nas ações cotidianas marcadinhas, em ações e trocas precisas de adereços e figurinos.

Este universo teatral acaba revelando as aptidões dos atores, que ora dançam, ora cantam afinados, com o sorriso interno e a cara de diva de Marcelo Jardim, ou que se exibem com uma luz quase cinematográfica de Fernanda Paquelet; aos figurinos funcionais e quase típicos de Miguel Carvalho, (as roupas da festa de casamento estão um mimo); os saltos altos e cintas-liga bem cuidados e fundamentais; a maquiagem sempre ótima de Beto Laplane, e os cabelos de Deo Carvalho. A equipe toda é enorme e de primeira linha, e faz jus ao resultado conferido, um luxo necessário, que na realidade é difícil e caro de se achar nas produções baianas.

O Cenário é extremamente funcional, amplo, e o maguenta impera no nosso sangue, com requintes e detalhes como as penteadeiras e seus abajures atrás da cena, as cortinas que dançam a cada momento nas suas transparências e tons rubros, às marcações só com as mesas que se transmutam em várias posições como o Kamasutra, enchendo a imaginação de qualquer mortal mais criativo, ao fio luminoso que demarca o palco, aceso em momentos estratégicos, que nos convidam para um cortezano tinto ou um vermute, nesse bar rodrigueano que todos se mostram.

Haja tabela de Pavis para analisar este espetáculo!

Marfuz foi dosado nas cenas mais picantes, trazendo verossimilhança à cena sem agredir, raro em espetáculos que tocam na sensualidade ou que falam de Nelson.

O único nu é na cena-conto: Noiva da Morte, onde o ator Fernando Santana (Alipinho), despe-se totalmente de costas. A cena teria ganhado mais poesia se fosse feita antes de uma cena tão alegre, pois a magia deste momento foi cortada pelos risos de alguns, na platéia, com a nudez do ator.

Outro ganho da montagem é o trabalho de ator, pois num grupo de 19 atores, com 5 homens e 14 mulheres, elas roubaram mesmo a cena, embora a unidade do elenco é impressionante para um grupo tão distinto.

Não posso deixar de falar das duas conquistenses em cena, Danielle Rosa e Milena Flick, respectivamente representando a mulher mais rodrigueana que conheço e a menina doce que cresce. Ambas estão exuberantes em cena, representando dignamente o artista do interior e o trabalho de grupos de teatro efetivos, além dos impagáveis e timbrados Caliban e Joedson Silva, que arrancaram aplausos (ta vendo, mais aplausos!) em cena aberta, com suas criações.

Acho que tanta qualidade se vê pela dedicação do elenco em ensaios diários e longos, que puderam questionar alguns. Tal disciplina teatral mostra a estudantes de teatro a realidade da profissão. Ora, este estudante não será formado para o mercado de trabalho?! Na Vida como ela é do teatro real, os atores e as montagens profissionais, ou os poucos grupos de teatro, ainda existentes na capital, ensaiam várias vezes, com horários os mais variados e complicados possíveis, fazem produção, figurino, maquiagem, trabalham fora, dão aulas, correm atrás de editais, apoios, público, cachê...

Devemos “formar” este aluno para a realidade que ele enfrentará. Nesse meio artístico e profissional não dá para brincar de ser ator ou artista! Ou sofre agora e percebe que o pau é mais embaixo, ou muda de profissão! E para os mais sonhadores, TV não é teatro!

É estimulante ver jovens tão talentosos, que espero encontrar lutando pelo teatro e mercado baianos, criando ou ingressando em grupos efetivos de teatro, e finalmente, brigando por uma Escola de Teatro mais plural, com espaço para todas as linguagens teatrais.

E um conselho do colega aqui, se joguem nesta produção e entrem e cartaz logo, pelo amor de Dionísio, pois Salvador urge de espetáculos com esse refinamento e qualidade!

Não deixe Nelson morrer nas paredes da academia, traga-o para o meio do povo, da platéia, que se identifica tanto com ele, que aplaudiu a todos vocês, calorosamente, neste dia!

Como Arandir só me resta pedir de cada um, um beijo demorado, pois como a arte reflete o nosso espelho, pude me ver em cada um em cena, e me vi feliz, por ver atores tão empenhados num fazer teatral tão contagiante quanto esse!

Ah, e aproveitem Marfuz, pois em época de besteirol e moda da cultura popular, este encenador ainda conserva a maturidade dos mestres que sabem falar e fazer o que deve, com o tom certo, e não é metido a besta como um monte de artista baiano por ai!

Evoé e merda a todos!
Longa Vida aos Cinquentões!
Viva Nelson Rodrigues, o teatro brasileiro, nordestino, baiano, da capital e do interior!

Salvador 08 de novembro de 2008.

Comentário feito por Marcelo Benigno e publicado em seu blog no dia 09/11/2008. Para conferir, clique aqui.

Marcelo Benigno é ator, arte educador, diretor teatral e coordenador do Grupo Caçuá de Teatro, professor de teatro pela Ufba, artista popular e catinguiero arretado. Hoje, aluno especial de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Ufba.

domingo, 9 de novembro de 2008

Sobre Nelson Rodrigues


“Quem tem medo de Nelson Rodrigues? Teatrólogo de início saudado como genial e logo contestado, repórter apaixonado por futebol, feroz polemista [...], Nelson Rodrigues é uma esfinge a ser decifrada pelos que queiram entender a cena cultural brasileira de boa parte do século 20.” (Marcos Alvito)

Visto como um devasso por muitos e intitulado “anjo pornográfico” por ele mesmo, Nelson Rodrigues (1912-1980) é considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros. Nascido na cidade do Recife (PE), o quinto filho dos catorze do casal Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues, jornalista e ex-deputado federal, mudou-se com a família, para o Rio de Janeiro, quando seu pai passou a ser perseguido politicamente. Aos treze anos, iniciou a sua carreira jornalística como repórter na seção policial do jornal A manhã, fundado pelo seu pai na década de 20.

Escritor e jornalista, Nelson Rodrigues escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado, em 1941. Mas foi com Vestido de noiva, sua segunda peça, em 1943, que o dramaturgo entrou para história do teatro brasileiro, ao substituir o surrado cenário das comédias de costumes pelo espaço amplo dos planos da realidade, da memória e da alucinação. A encenação, assinada pelo polonês Ziembinski no mesmo ano, é considerada por alguns estudiosos como o marco do teatro moderno no Brasil.

A obra de Nelson Rodrigues inclui 17 textos teatrais, além de contos, romances, críticas e crônicas; entre estas as que integram o conjunto intitulado “A vida como ela é...”, fonte de inspiração do espetáculo Atire a primeira pedra. Com linguagem simples e direta, seus textos tratam a obsessividade e o materialismo das personagens com profunda ironia, ao focar o cotidiano trágico e grotesco dos subúrbios e das classes médias brasileiras.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Encontro, Reencontro e Despedida


“Atire a primeira pedra" deixa em cada um de nós o gosto azedinho-doce de uma primavera: a estação, que serve como ponto de chegada e de partida, para Os 50'tões - o grupo de amigos, a trupe de atores. Da caravana, que se formou nos 50 anos da Escola de Teatro da UFBA, poucos se despediram e cinco se somaram ao longo do caminhar, ora lento, ora acelerado demais, dos últimos três anos. Juntos, com muito trabalho, cooperação, paixão, frustração e descobertas, chegamos a Nelson e às suas personagens em carne viva.

“A vida como ela é...” – inquietante, instintiva, sedutora, tragicômica, melodramática, desconcertante e, por vezes, desagradável – apresentada a dezenove jovens atores que se entregam, se perdem e se encontram na complexidade dos homens e mulheres rodrigueanos. Um encontro com a dramaturgia de Nelson, um reencontro com os diretores do primeiro espetáculo da trupe, Luiz Marfuz e Iami Rebouças, com os velhos companheiros do curso de direção, além de outros importantes profissionais e amigos que se juntaram à nossa caravana até chegarmos a este palco.

Nesta noite, subimos mais um degrau da nossa história em busca de nos tornar operários do teatro. É com um pé no sonho e outro no trabalho que apresentamos este espetáculo, nem grande, nem pequeno, nem certo, nem errado. É este o teatro que aprendemos a fazer, com a emoção, a vontade e a fé que trazemos à flor da pele.
Obrigado a todos.

Os 50’tões
Por Ana Paula Brasil

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Os Desafios em Adaptar “A vida como ela é...”


Atirar a primeira e todas as pedras na medula do abismo humano. Esse foi um dos maiores desafios em adaptar contos de “A vida como ela é...”. As palavras “farpadas” de Nelson Rodrigues, esse autor, que para mim é o poeta dos abismos, fascinaram-me.

Ao lado da professora Cleise Mendes e com o grande apoio do diretor Luiz Marfuz, fui oportunizado a mergulhar e não emergir desse universo conhecido, mas, muitas vezes, posto debaixo do tapete, que é o instinto humano.

Felizmente, deixando seus personagens em carne viva pude, com muita Curiosidade, ser conduzido ao Altar da Morte, experimentar um Sacrilégio saboroso e assim, pôr em “Cheque” o amor ao teatro. Essa arte decepante e arrebatadora.

É hora de rasgar o verbo, arrancar todas as máscaras, expor os monstros, despir a alma, pois a carne viva de nossos corpos estará exposta a tudo e a todos.

Por Fernando Santana

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Uma Tragicomédia Brasileira


Atire a primeira pedra seria título da coluna diária de Nelson Rodrigues, no jornal A última hora, em 1961, mudado para “A Vida como ela é...”, pelo próprio autor. Uma coluna que misturava fato e ficção, retirados da mente fértil e imaginativa do jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues.

O espetáculo se apropria deste título para fazer um magro recorte no universo das quase duas mil crônicas publicadas pelo autor. Um recorte que se aproxima do olhar feminino, numa época marcada pela lei do pai, em pleno colapso da classe média brasileira. Os textos mostram mulheres que explodem seus desejos reprimidos e fazem valer sua vontade, pagando por isto o melhor e o pior preço. Uma fratura na ordem patriarcal.

Referências do melodrama deram pistas para a encenação: trocas, reviravoltas, revelações, exageros e surpresas; facetas revisitadas à luz do diálogo com outras convenções: a estética de filmes b, o clown, a chanchada, o kitsch, a teatralidade escancarada - tudo embalado pelo tão amado e odiado universo da “música brega brasileira”, que, hoje, integra, sem dúvida, o imaginário da nossa música popular. Ali pululam temas e obsessões de Nelson: juras de amor e morte, traições, vinganças, assassinatos, ciúmes e maldições. Ser ou não ser brega não é uma questão. É uma opção e depende do lado em que você está.

Não por acaso, o kitsch nos orientou neste processo. Numa de suas acepções modernas, o termo kitsch – do alemão verkitschen - quer dizer trapacear, negar o autêntico. E é assim também que se ergue o espetáculo, em que cada cena fala por si; como um jogo de enganos, de faz de conta, em que o ator brinca com convenções do teatro e do cotidiano, troca de papéis, arma e desarma situações, mistura cópia e original – para trazer um lado tragicômico da classe média brasileira.

São olhares e fazeres do ator-contador e do ator-mostrador, que se alternam e se repetem em tipos como: homem traído, mulher voluptuosa, pai castrador, mãe possessiva, filho rebelde, esposa honesta, todos igualmente santos e canalhas, vistos pela lente da ironia e do humor. De um jeito brasileiro, como dizia Nelson: “Um povo que ri da própria desgraça pode ser miserável. Mas jamais derrotado.” É o que os autores-adaptadores Cleise Mendes e Fernando Santana – este também ator e integrante do elenco - procuram mostrar nas dez crônicas selecionadas para a montagem.

Foi um presente trabalhar com este elenco, que dirigi pela primeira vez, em 2006, quando entrou na Escola de Teatro. Estes atores maravilhosos têm algo em comum: são incomuns; interpretam, produzem, divulgam, correm atrás de cenários, figurinos, adereços, põem mãos e pés no chão do teatro. Especialmente, agradeço a toda equipe do Módulo VI de Interpretação Teatral: Iami Rebouças, Tânia Soares, Cleise Mendes, Roberto Abreu, Luciano Bahia. E, sem sombra de dúvida, aos loucos e generosos artistas que se doaram a esta empreitada: Rodrigo Frota, Miguel Carvalho, Marilza Oliveira, Fernanda Paquelet, Marcelo Jardim, Roberto Laplane, Luis Antonio e Polis Nunes.

Não tenho intenção de deixar nenhuma mensagem edificante com este espetáculo. Ele é o que ele é. Deixo esta tarefa para os patrulheiros de plantão. E cada qual que tire suas conclusões, como Nelson Rodrigues o fez, certa feita, ao falar de si: “Minhas peças são obras morais. Deveriam ser encenadas na escola primária e nos seminários.” Acredite quem quiser.

Por Luiz Marfuz
Diretor de "Atire a primeira pedra"